Introdução

          A avifauna brasileira é considerada uma das mais ricas do mundo, sendo, no entanto,  cerca de 10%  é considerada ameaçada (GARCIA; MARINI, 2005), sobretudo na região amazônica que registra o maior número de espécies, seguida pela Mata Atlântica e o Cerrado, contudo, a Mata Atlântica abriga a maioria das espécies endêmicas do Brasil.

         Á medida que os colonizadores europeus foram chegando e se instalando em território brasileiro, a vegetação original foi sendo devastada para dar espaço à métodos de cultivo agropecuários intensivos, que não possuíam sistemas sustentáveis de manejo. Desta forma, a vegetação que outrora abrigava uma grande diversidade de ambientes, ficou reduzida a pequenos fragmentos, dificultando a transição das espécies entre as chamadas ilhas de vegetação.

        Com o grau de isolamento entre os fragmentos cada vez maior, as relações entre as espécies foi ficando mais crítica, sobre tudo as aves, que são consideradas importantes bioindicadoras de qualidade ambiental, motivo que forçou desaparecimento de algumas espécies. São assim consideradas por serem fiéis aos ambientes que frequentam, ou seja, desaparecem rápido em ambientes alterados, ao mesmo tempo em que outras espécies surgem no seu espaço por adaptarem-se melhor em ambientes antropizados.

          A comunidade de aves é utilizada como boa ferramenta de trabalho para avaliação dos ambientes, pois a maioria das espécies possui hábitos diurnos, e é um grupo taxonomicamente bem estudado (FAVRETTO; GUZZI; ZAGO, 2008). Assim, gradativamente os estudos relacionados com a avifauna do estado de Santa Catarina, vem recebendo acréscimo importante no número de informações, trazendo desta forma, maior conhecimento sobre a comunidade de aves do estado. (FAVRETTO et. al., 2009).

         De acordo com Storer (2005) as aves ocupam todos os continentes, desde mares, ilhas do Ártico a Antártida, vivendo do nível do mar até 6.000 metros de altitude, residindo em ambientes marinhos e costeiros, pântanos, campos, florestas e ambientes antropizados, como áreas agrícolas, onde se alimentam e nidificam. A tabela abaixo mostra uma distribuição da avifauna em números em níveis, mundial, continental, nacional, estadual e regional, respectivamente.